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Vale por mil palavras – Praça Manuel Teixeira Gomes em Portimão nos anos 1950s

Praça Manuel Teixeira Gomes - anos 1950s

Praça Manuel Teixeira Gomes – anos 1950s

Hoje proponho uma breve visita ao passado. Trata-se de uma foto com a praça Manuel Teixeira Gomes de antigamente (neste caso, dos anos 1950) com o antigo coreto em destaque.

Este é um dos locais preferidos pelos portimonenses para confraternizar nas quentes noites de verão, saboreando um sorvete (provavelmente comprado no ‘Pavilhão nº 1’ – o mais famosa ‘barraquinha’ de gelados da cidade.)

Até finais do século 19 as águas do rio arade conseguiam cobrir parte desta zona, sendo por isso relativamente difícil imaginar como seriam esses tempos.

Para conseguir esta foto, o ágil fotógrafo teve que subir à grua que até aos meados dos anos 1980s ali existia (recordar que nesta época, o porto de pesca de Portimão era na margem direita do rio), e até é possível ver a sua silhueta na sombra da estrutura projectada na base da foto.

À esquerda, entre o café/pastelaria “Casa Inglesa” (que não aparece na foto) é possível verificar alguns dos táxis estacionados na artéria que então estava aberta e que permitia uma fluidez de trânsito que desde finais dos anos 1970s não se conhece. Embora as realidades fossem bem diferentes, a verdade é que eu próprio sou defensor da ideia de voltar a reabrir esta artéria novamente ao trânsito. Creio que a parte histórica da cidade iria ganhar imenso, mas isso já serão outras histórias…

O edifício dos Correios será certamente fácil de identificar até pelas gerações mais novas, pois permanece praticamente idêntico às suas origens. O mesmo não se pode dizer do edifício da Caixa  Geral de Depósitos (parcialmente visível à esquerda do edifício dos Correios) que foi inteiramente demolido para dar lugar ao que hoje se conhece.

A possibilidade de se conseguir ver, quer a igreja Matriz, quer a paisagem marcante da serra de Monchique ao fundo mostra-nos como era a cidade por alturas do seu primeiro jubileu, basicamente, uma pequena cidade ainda com muitos contornos de uma ex-vila algarvia.

Ainda por falar na Igreja Matriz, esta foto ajuda-nos a imaginar um pouco do que terá sido o horror ocorrido durante o terremoto de 1 de Novembro de 1755 (o mesmo que destruiu grande parte de Lisboa), quando o nível do mar chegou bem perto da igreja através da onda do tsunami produzido pelo sismo com epicentro no mar.

Por último, a presença do (agora) já centenário Quiosque Jardim, marca definitivamente um dos pontos mais históricos da cidade de Portimão.

Que memórias, emoções ou lembranças vos traz esta foto?

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Vale por mil palavras – O Algarve com a amendoeira em flor

vitormadeira.com - 2013-02-04 Um Algarve em vias de extinção (casa algarvia com amendoeira em flor)

Um Algarve em vias de extinção (casa algarvia com amendoeira em flor)

A foto que hoje proponho certamente que diz muito a muitos algarvios, acredito que sim.

Infelizmente, é uma imagem dificilmente reproduzível nos dias de hoje de forma mais ‘natural’ (atualmente quase ninguém usa cal para caiar as suas paredes, por exemplo), mas, para quem uma vez ou outra decida dar um passeio por esse Barrocal fora, ainda é possível encontrar algo semelhante entre finais de dezembro e meados de fevereiro.

Como portimonense com raízes profundamente marcadas pela vida rural da zona de Alcalar e arredores, esta é uma imagem (ainda) bem presente na minha memória, que me traz a recordação dos invernos soalheiros com as amendoeiras em flor nos campos circundantes a fazer lembrar a lenda das amendoeiras em flor.

A título de sugestão, gostaria de deixar um sincero pedido a todas as pessoas com responsabilidades em decidir o ajardinamento das vias públicas (principalmente na minha Portimão, mas também nas outras cidades e vilas algarvias) o porquê de não dar um pouco mais de primazia a árvores como a amendoeira, a alfarrobeira, a palmeira anã, a oliveira, a figueira, etc. como árvores tipicamente relacionadas com o Algarve para efeitos de embelezamento urbano?

Tome-se como exemplo todas as palmeiras que dominam toda a extensão da avenida V3, bem como toda a zona ribeirinha na margem direita do rio Arade em Portimão: o que nos diferencia de tantas outras urbes que se pretendem ‘turísticas’ e que seguiram o mesmo exemplo? Ao colocar-me no lugar de um qualquer estrangeiro que visite a minha terra, rapidamente concluo que, de fora, qualquer um pensará rapidamente que o Algarve copiou uma qualquer urbe ribeirinha tropical, seja ela africana, sul-americana ou até asiática… (o que nos diferencia então?)

Seria ou não muito mais interessante ter um postal algarvio a correr mundo com uma imagem dominada por amendoeiras, alfarrobeiras, figueiras, etc. a dominar a paisagem urbana? Acredito que isso seria uma mais valia para ajudar a combater de certa forma a sazonabilidade que caracteriza o negócio turístico do Algarve. Acredito que quem vem de fora levaria essa imagem na sua memória, criando um genuíno desejo por parte de outros em visitar e conhecer um verdadeiro Algarve mais ligado às suas raízes e tradições…

O que acham?

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