
Hoje (22 de Novembro) é dia do músico. Como músico amador que sou, não queria deixar passar este dia sem comentar um pouco sobre o tema…
Ser músico (ainda) é tudo menos fácil nos dias actuais. Embora as ‘grandes estrelas’ estejam naturalmente bem vistas perante o público e tidas como pessoas abastadas, ainda é difícil conseguir fazer passar a correcta ideia do que é a formação de um músico.
Um tema musical (seja ele de que natureza for) de 5 minutos pode levar dois, três ou mais meses para ser considerado um trabalho efectuado. Embora por vezes a inspiração nos traga ideias que em pouco mais de duas semanas nos permitem obter um esboço da obra final pretendida, é certo que a maior parte dos temas exigem trabalho de forma a poder transmitir a plena emoção que a música exige do seu autor.
No caso da bateria, sou obviamente suspeito para falar sobre o assunto, mas não tenho a mínima dúvida de que a formação de um bom baterista é algo que exige um tremendo e árduo trabalho por parte de quem pretende aspirar à difícil tarefa de comandar os tambores. Até há poucos anos atrás, quer pelas dificuldades económicas, quer pelas dificuldades sociais envolventes, o estudo da bateria era algo apenas possível a alguns (poucos) afortunados.
Alguma democratização no meio tem vindo a ser ‘implementada’ por parte dos fabricantes de instrumentos de percussão electrónica, o que tem permitido com que cada vez mais estudantes e amadores possam ter uma bateria no próprio quarto sem que a vizinhança se veja obrigada a chamar as autoridades devido à pressão sonora provocada pelas baterias acústicas.
Mas conseguir obter um músico completo, maduro, experiente, capaz de se adaptar ao(s) projecto(s) a que se propõe desempenhar, sequer uma envolvente familiar estável, uma envolvente social aceitadora, uma envolvente de amizades motivadora, o tempo devido para o estudo e prática dos exercícios, mas sobretudo, calo, muito calo!
Raros ainda são os locais onde os mais jovens, nos seus tempos livres de escola possam reunir-se munidos de um par de guitarras, uma bateria, um baixo e algumas vozes de forma a conseguirem trabalhar nesse aspecto do “calo” a que me refiro mais acima…
Mas ser baterista, seja amador ou profissional, ainda é das melhores coisas para se fazer na vida!
(na foto: Cleverson Silva – um dos melhores bateristas com quem já tive a oportunidade de aprender)
Partilhar com mais alguém:
Gostar disto:
Gostar Carregando...