Viva o meu atrevimento! O Cante Alentejano está de parabéns

Não poderia deixar passar ao lado, a grande honra que é ter o cante alentejano como património imaterial da humanidade. Todos os moços e moças marafadas deste Algarve sabem que um alentejano é um algarvio que nasceu um pouco mais a norte, certo?

Pois bem, estão de parabéns, e por isso também aqui deixo uma singela homenagem com um dos temas mais originais de cante alentejano que conheço, pois a gaita convidada para a parte final do tema, fica-lhe “a matar”.

Vale a pena recordar os Gaiteiros de Lisboa:

(e quem não quiser ouvir, bote os ouvidos ao vento! :p )

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Vale por mil palavras – Praça Manuel Teixeira Gomes em Portimão nos anos 1950s

Praça Manuel Teixeira Gomes - anos 1950s

Praça Manuel Teixeira Gomes – anos 1950s

Hoje proponho uma breve visita ao passado. Trata-se de uma foto com a praça Manuel Teixeira Gomes de antigamente (neste caso, dos anos 1950) com o antigo coreto em destaque.

Este é um dos locais preferidos pelos portimonenses para confraternizar nas quentes noites de verão, saboreando um sorvete (provavelmente comprado no ‘Pavilhão nº 1’ – o mais famosa ‘barraquinha’ de gelados da cidade.)

Até finais do século 19 as águas do rio arade conseguiam cobrir parte desta zona, sendo por isso relativamente difícil imaginar como seriam esses tempos.

Para conseguir esta foto, o ágil fotógrafo teve que subir à grua que até aos meados dos anos 1980s ali existia (recordar que nesta época, o porto de pesca de Portimão era na margem direita do rio), e até é possível ver a sua silhueta na sombra da estrutura projectada na base da foto.

À esquerda, entre o café/pastelaria “Casa Inglesa” (que não aparece na foto) é possível verificar alguns dos táxis estacionados na artéria que então estava aberta e que permitia uma fluidez de trânsito que desde finais dos anos 1970s não se conhece. Embora as realidades fossem bem diferentes, a verdade é que eu próprio sou defensor da ideia de voltar a reabrir esta artéria novamente ao trânsito. Creio que a parte histórica da cidade iria ganhar imenso, mas isso já serão outras histórias…

O edifício dos Correios será certamente fácil de identificar até pelas gerações mais novas, pois permanece praticamente idêntico às suas origens. O mesmo não se pode dizer do edifício da Caixa  Geral de Depósitos (parcialmente visível à esquerda do edifício dos Correios) que foi inteiramente demolido para dar lugar ao que hoje se conhece.

A possibilidade de se conseguir ver, quer a igreja Matriz, quer a paisagem marcante da serra de Monchique ao fundo mostra-nos como era a cidade por alturas do seu primeiro jubileu, basicamente, uma pequena cidade ainda com muitos contornos de uma ex-vila algarvia.

Ainda por falar na Igreja Matriz, esta foto ajuda-nos a imaginar um pouco do que terá sido o horror ocorrido durante o terremoto de 1 de Novembro de 1755 (o mesmo que destruiu grande parte de Lisboa), quando o nível do mar chegou bem perto da igreja através da onda do tsunami produzido pelo sismo com epicentro no mar.

Por último, a presença do (agora) já centenário Quiosque Jardim, marca definitivamente um dos pontos mais históricos da cidade de Portimão.

Que memórias, emoções ou lembranças vos traz esta foto?

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Mexilhoeira em Alcalar – os saberes e as tradições do barrocal algarvio

vitormadeira.com - 2013-09-20 Alcalar Antonio Rosa Branco jornadas patrimonio museu municipal Portimão

Amanhã (sábado 21 de Setembro de 2013) no Centro Interpretativo de Alcalar, a partir das 16h00 será possível fazer uma viagem aos saberes e tradições da comunidade da Mexilhoeira Grande. O Museu Municipal de Portimão, a propósito das Jornadas Europeias do Património, apresenta este ano junto aos monumentos megalíticos de Alcalar um palco cheio de atividades tradicionais da região ao vivo.

Tudo leva a crer que será um dia em cheio, com histórias contadas pelos mais velhos, onde será possível participar em atividades como a moagem, a cestaria, a empreita, o fabrico do pão, e ainda brincar como antigamente com o pião, os berlindes, a malha, as caricas e por ai fora…

Por exemplo, sabiam que o pão caseiro é feito com fermento feito no dia anterior (e com base em massa da anteior cozedura), e que, se levar fermento inglês já não é caseiro? E até parece que, de noite haverá desfolhada companhada com música de concertinas e biscoitos fritos para degustar! Saberes e sabores que as gerações de outrora agora partilham connosco.

O António Branco e a Rosa “Branca” (meus avós maternos) foram convidados pelo museu para participarem neste evento que, a par com a história milenar dos monumentos megalíticos de Alcalar, promete alargar bastante os horizontes de todos os que por ali passarem amanhã.

Certamente a não perder!

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Músicos com GARRA: Elza Soares – ‘Mas que Nada’

vitormadeira.com - 2013-07-15 Elza Soares canta samba Mas Que Nada

Elza Soares, uma senhora que já conta com uns impressionantes 76 anos, poderia ser tomada como a “Tina Turner” do Brasil, pois pese embora as plásticas que inadvertidamente é impossível não reparar, a idade não lhe retirou a tenacidade e a forma original como se entrega à música.

Assim minha escolha musical recai hoje sobre este seu registo, uma vez que é de longe um dos temas mais apetecíveis quer no calor, quer no frio. (digam lá se não apetece ‘mexer a anca’ ao ouvir este ‘groove’?)

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O tema “Mas que nada” tornou-se um clássico do samba em finais da década de 1960, embora não tenha tido grande receção nos meios tradicionais da Bossa Nova e do Samba da altura. No entanto, devido à forma inovadora como o seu autor Jorge Benjor apresentava esta nova forma de sambar, o tema tornou-se uma das canções mais conhecidas fora das fronteiras brasileiras.

Ella Fitzgerald

Curiosamente, poucos sabem que Ella Fitzgerald, em 1970 edita um cover da canção (em língua inglesa – sim, não se deu ao trabalho de aprender a cantar em portruguês, como fez o Nat King Cole) mas mesmo assim, é de apreciar:

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Black Eyed Peas

Em 2006, Sergio Mendes que, ficou famoso precisamente por fazer o cover desta canção no início da sua carreira, preparou uma versão da canção com os Black Eyed Peas, e foi nisto que deu:

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Os americanos gostaram e, em 2011 Sergio Mendes vai ao ‘Tonight Show’ e deixa para a posterioridade este registo mais próximo do original:

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Notas de rodapé
  • Nascida nas favelas, no seio de uma família tremendamente pobre, Elza Soares casou pela primeira vez aos 12 (!) anos, após imposição do pai.
  • Um ano depois é mãe pela primeira vez;
  • Aos 20 anos (já com 5 filhos vivos – e outros 2 já falecidos) enviuvou…
  • Aos 22 anos dá a sua filha para adoção, de forma a tentar com que não venha a ser mais uma vítima da pobreza extrema, evitando o destino dos dois entretanto já falecidos.
  • Foi mais tarde casada com o jogador de futebol Garrincha, num dos casamentos mais polémicos do Brasil nos anos 60.
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Bizarro mas verídico – Cidade espanhola envia dejetos de cães para casa dos donos

vitormadeira.com - 2013-06-06 EMARP dispensado sacos dejetos caninos

Uma das coisas que mais me custa na cidade de Portimão, é saber que alguns dos munícipes que são donos de animais de estimação, nomeadamente cães, não dão uso aos equipamentos com sacos para recolha de cocós que a EMARP coloca à sua disposição para que a cidade possa manter-se limpa… Não há desculpas! Todos os dias os dispensadores são revistos e, só em último caso de rotura de stocks (ou por manifesta maldade) é que alguém poderá dizer que não tem sacos disponíveis para recolher a trampa dos seus cachorros…

Então e uma ideia destas por cá…? (numa altura em que muita gente procura ocupação, poder-se-ia pensar num part-time para jovens – ou simples voluntários com vontade de ajudar.) Torna-se sonante:queda de 70% na quantidade de dejetos encontrados nas ruas“.

vitormadeira.com - 2013-06-06 entrega de encomenda pacote correios fragil

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Cidade espanhola envia dejetos de cães para casa dos donos

Uma cidade espanhola encontrou uma forma invulgar de manter as ruas limpas dos dejetos dos cães. Os donos dos animais receberam nas suas casas uma caixa com os dejetos, marcados como “objeto perdido”.

O concelho de Brunete, uma pequena cidade perto de Madrid, lançou, recentemente, uma campanha para dar uma lição a alguns donos irresponsáveis.

Durante uma semana, foram reunidos cerca de 20 voluntários que patrulharam a cidade à procura de donos que não recolhiam os dejetos dos seus animais.

Ao tentar conversar com as pessoas, os voluntários descobriam o nome e a raça dos animais para aceder à base de dados de animais de estimação registados na Câmara Municipal.

Os dejetos foram colocados numa caixa onde se podia ler”objeto perdido” e eram enviados para as residências dos donos.

No total, foram enviadas 147 caixas e registou-se uma queda de 70% na quantidade de dejetos encontrados nas ruas.

Vi aqui

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vitormadeira.com - 2013-06-06 caca cão dejetos caninos calçada via publica dona porca cidadania

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Oh bolas… Faleceu o Ray Manzarek – o teclista dos Doors…

Tchiii… Ontem partiu o grande mentor das melodias dos Doors…

vitormadeira.com - 2013-05-21 The Doors faleceu Ray Manzarek
Embora muitas vezes os Doors possam ser vistos apenas como a ‘obra’ do Jim Morrisson, a verdade é que era este senhor o grande ‘motor’ das melodias, dos riffs, dos refrões dos Doors… Faleceu ontem.

Na juventude ganhei especial empatia pelo álbum “Waiting for the Sun“, mas mais tarde pelo “L.A. Woman” onde Riders on the Storm marcou definitivamente o som de um ride (falo do prato de bateria, eh eh) que muitos bateristas passaram a desejar. (eu fui um deles)

Poucos saberão que os Doors poucas vezes tocavam com um baixista, e que o Ray fazia um autêntico jogo de pés e mãos ao tocar as malhas do baixo nas pedaleiras dos seus teclados… Ou que, desde 2002, quando resolveu reunir os Doors ‘de antigamente’, o baterista John Densmore simplesmente se recusou a aderir a semelhante ideia (facto que levou o Ray a uma autêntica dor de cabeça judicial por uso indevido do nome da banda).

Precisamente com este projecto dos ‘Doors of the 21st Century’ passou por quatro vezes cá em Portugal, e, acreditem ou não, eu não consegui aproveitar…

Para sempre ficarão temos como o Waiting for the Sun, Hello I love you, Love Street, Riders on the Storm, L.A. Woman, Hyacinth House (provavelmente o meu tema favorito no que respeito ao som das teclas dos Doors), etc…

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Fiquemos com Riders on the Storm, creio que é uma boa homenagem:

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Ok, não posso passar sem deixar Hyacinth House:

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Por favor poupem-me à TRETA do “dia das mentiras”!

vitormadeira.com - 2013-04-01 Dia das mentiras - triste dia!

Uma ‘mentira pequena’ é tão mentira como uma ‘mentira grande’.

Se há coisa que me custa, é saber que milhares de seres humanos como eu foram perseguidos, maltratados, humilhados ou até MORTOS por proferirem a VERDADE, logo, se há dia que decido NÃO RECONHECER, será um “dia das mentiras”

Obrigado.

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Bizarro mas verídico: O Pingo Doce do meu…

vitormadeira.com - 2013-03-22 Saco reutilizável no Pingo Doce 01(Esta vai para os fervorosos contestatários do acordo ortográfico de 1992…)

“Sois alma e vida minha
Pingo Doce do Continuar a ler

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Dia do pai 2013 – Ou como tenho uma ‘personal trainer’ em casa e nem sabia…!

Dia do pai 2013

Pronto, aqui está o mais surpreendente relatório que recebi para me inteirar acerca da minha forma física

Então diz este relatório que o Pai é bom, e…? Querem ler o relatório, é? Continuar a ler

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Vale por mil palavras – Google Streetview chega a Portimão

vitormadeira.com - 2013-03-07 Google Streetview chega a Portimão
Notícia acabadinha de sair!

Para quem não sabe, o ‘Streetview‘ (que, traduzindo para português significa literalmente “vista de rua”) é uma das funcionalidades dos mapas na internet da Google (Google Maps) e que nos permite visualizar as ruas das cidades como se estivéssemos a conduzir um veículo pelas suas ruas.

Para conseguir este feito, a Google coloca centenas de automóveis (em Portugal, com o apoio da Opel/General Motors) a fotografar cada uma das ruas das nossas cidades, numa tarefa hercúlea, possibilitando-nos, por exemplo, preparar uma viagem a um local distante sem que tenhamos que sair do conforto da nossa secretária, em frente ao computador.

Ora, há cerca de 2 anos que já tínhamos Lisboa, Porto e mais algumas cidades, mas o resto do país, embora já tivesse sido fotografado, estava ainda pendente da resolução do problema da privacidade, uma vez que diversas pessoas apresentaram queixa à Comissão Nacional de Protecção de Dados, mostrando o seu descontentamento perante as suas fotografias que passavam a estar disponíveis de forma pública na internet sem a sua autorização.

Agora, o Streetview chega a quase todo o país (incluindo o nosso Algarve e Portimão em particular) e, para que isto fosse possível, a Google teve que criar uma forma de desfocar todas as faces das pessoas fotografadas (o que, para muitos ainda não é ainda uma garantia de solucionar o problema)  mas aparentemente, terá sido suficiente para a Comissão Nacional de Protecção de Dados autorizar a publicação.

Assim, e por exemplo, para Portimão, temos agora a possibilidade de fazer uma breve viagem no tempo e voltar atrás para verificar como andavam as coisas por cá há cerca de 2 anos atrás (será fácil detectarem a idade das fotos ao passarem, por exemplo, na zona do Centro Comercial Aqua – vejam aqui).

Os mais cuscos, poderão também dedicar-se a procurar cenas insólitas como a que alguém já encontrou no distrito de Viseu, perto de Castro D’Aire, onde… (enfim, deixo para quem for mais curioso a decisão de seguir para aqui)

E vocês, já passaram pelo Google Streetview para tentar encontrar alguma situação mais caricata?

Ou já conseguiram encontrar os vossos amigos ou familiares (ou quem sabe, vós próprios) nas fotografias de rua tiradas pelos carros da Google?)

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1461 dias…

1461 dias completados hoje

…completados hoje pelas 9h55.

É a melhor coisa desta vida!

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Bizarro mas verídico: Um autocarro como fontanário público…

vitormadeira.com - 2013-02-21 Autocarro transformado em fontanário publico - acidente água Turquia

A imagem parece retirada de um filme do festival de cinema fantástico do Porto, certo?

Mas não é! É mesmo verídico! (na Turquia)

O autocarro embateu contra uma boca de incêndio e o resultado é o que podem ver no vídeo abaixo:

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Vale por mil palavras – O Algarve com a amendoeira em flor

vitormadeira.com - 2013-02-04 Um Algarve em vias de extinção (casa algarvia com amendoeira em flor)

Um Algarve em vias de extinção (casa algarvia com amendoeira em flor)

A foto que hoje proponho certamente que diz muito a muitos algarvios, acredito que sim.

Infelizmente, é uma imagem dificilmente reproduzível nos dias de hoje de forma mais ‘natural’ (atualmente quase ninguém usa cal para caiar as suas paredes, por exemplo), mas, para quem uma vez ou outra decida dar um passeio por esse Barrocal fora, ainda é possível encontrar algo semelhante entre finais de dezembro e meados de fevereiro.

Como portimonense com raízes profundamente marcadas pela vida rural da zona de Alcalar e arredores, esta é uma imagem (ainda) bem presente na minha memória, que me traz a recordação dos invernos soalheiros com as amendoeiras em flor nos campos circundantes a fazer lembrar a lenda das amendoeiras em flor.

A título de sugestão, gostaria de deixar um sincero pedido a todas as pessoas com responsabilidades em decidir o ajardinamento das vias públicas (principalmente na minha Portimão, mas também nas outras cidades e vilas algarvias) o porquê de não dar um pouco mais de primazia a árvores como a amendoeira, a alfarrobeira, a palmeira anã, a oliveira, a figueira, etc. como árvores tipicamente relacionadas com o Algarve para efeitos de embelezamento urbano?

Tome-se como exemplo todas as palmeiras que dominam toda a extensão da avenida V3, bem como toda a zona ribeirinha na margem direita do rio Arade em Portimão: o que nos diferencia de tantas outras urbes que se pretendem ‘turísticas’ e que seguiram o mesmo exemplo? Ao colocar-me no lugar de um qualquer estrangeiro que visite a minha terra, rapidamente concluo que, de fora, qualquer um pensará rapidamente que o Algarve copiou uma qualquer urbe ribeirinha tropical, seja ela africana, sul-americana ou até asiática… (o que nos diferencia então?)

Seria ou não muito mais interessante ter um postal algarvio a correr mundo com uma imagem dominada por amendoeiras, alfarrobeiras, figueiras, etc. a dominar a paisagem urbana? Acredito que isso seria uma mais valia para ajudar a combater de certa forma a sazonabilidade que caracteriza o negócio turístico do Algarve. Acredito que quem vem de fora levaria essa imagem na sua memória, criando um genuíno desejo por parte de outros em visitar e conhecer um verdadeiro Algarve mais ligado às suas raízes e tradições…

O que acham?

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Live to ride, ride to live

Night moto rider (by toooomelo)

Não existe uma tradução literal na língua portuguesa que consiga passar perfeitamente a máxima tornada universal pelos norte-americanos e que designa a paixão que é andar de mota. Contudo, atrevo-me a sugerir um aportuguesado “Vivo para andar de mota, ando de mota para viver” (e sim, convenhamos que não é tão musical como o original…)

A paixão das motas é algo que dificilmente se explica por palavras, mas quem sabe o que é sentir na própria face a força do vento a contrariar a potência dos “cavalos” que movem um motor de quatro tempos de uma qualquer mota digna deste nome, ou a força que os braços necessitam de fazer para tomar o controlo quando a velocidade por vezes, de forma como que involuntária, pede para ultrapassar os limites legais, ou até o jogo de cintura exigível para fazer rotundas ou curvar em piso molhado, ou quem sabe, apenas sentir os diversos aromas campestres no decurso de um ou outro passeio mais ou menos longínquo, sabe do que falo.

Ainda me recordo dos primeiros tempos em que, movido pela paixão adolescente de “andar de mota” e ao mesmo tempo de “tentar impressionar as moças”, resolvi adquirir uma mota para deleite da paixão que corria pelas veias.

E nem foi necessário procurar muito… Se não me falha a memória, estaríamos em 1996 ou 1997, quando uma Yamaha Virago XV 535 vinda de outras “corridas” aparece como que uma perfeita ocasião caída sabe-se lá bem de onde, já com todas as modificações que um motard poderia exigir…

Ele era o escape quase praticamente livre, depósito e laterais pintadas com motivos condizentes com o sentido nómada que norteia o estilo de vida motard (o índio guerreiro, o lobo “solitário” e o casalinho de noivos indios apaixonados a presidir ao enquadramento artístico no topo do depósito de gasolina…) Um guiador com mais de 40 cm de altura, e um aumento generoso no garfo de direcção com apliques adicionais ao farolim, finalizados com um par de pedais para apoio dos pés em viagens mais longas, tal qual uma espécie de “Harley Davidson para pobres”, fizeram os olhos de um jovem algarvio brilhar, tais eram os sonhos com as possíveis “voltinhas” que daí em diante se tornariam uma realidade.

Foi “batizada” de Sasha, e, embora tenha sido um deleite nesses idos tempos de juventude, hoje a idade faz-me olhar de forma mais amadurecida para uma paixão que, embora aliciante, requer as devidas precauções. Creio até mesmo que, em breve, alguém virá a ser um feliz terceiro dono da Sasha, para, algures por este Algarve fora (ou quem sabe, mais além) dar asas à sua paixão de levar com o vento na cara…

Conduzir uma mota, principalmente numa região tão generosa em dias solarengos como é o Algarve,  é sem dúvida alguma um prazer que tive o privilégio de experimentar em primeira mão, e que, daria pano para mangas se mais um ou dois companheiros que apreciem a mesma paixão se juntassem em redor de uma bela bebida geladinha numa qualquer esplanada, quem sabe, à beira da falésia da Praia da Rocha?

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Por favor poupem-me à TRETA do “pai natal”!

 

Poupem-me à TRETA do ''pai natal''!

Poupem-me à TRETA do ”pai natal”!

Uma mentira não pode ser considerada mais ou menos mentira (ou maior ou menor mentira). Ou é uma mentira, ou é uma verdade. Neste aspecto não existem tons cinza entre o preto e o branco… Podem-me dizer que existem mentiras que têm maiores ou menores repercussões, o que até posso aceitar, mas são mentiras e ponto final.

Custa-me observar uma sociedade que se diz “evoluída”, “tolerante”, “moderna”, etc. mas que, quando chega à altura do Natal embarca no engano contra as crianças que são os adultos em potencial, os dirigentes das nações, os cidadãos que virão a ter as respetivas responsabilidades para decidir o seguimento de muitas das nossas vidas no futuro.

Depois, vimos queixar-nos dizendo que os nossos líderes não servem para tomar decisões ‘capazes’… Pudera, desde tenra idade começam logo por ser (literalmente) enganados por aqueles que teoricamente deveriam ser quem mais lhes deveria amar… (os seus pais, certo?)

NENHUM pai deveria sentir prazer ao mentir a um filho!

(e se tu que estás a ler este texto és daqueles que acham que contar a treta da história do ”pai natal” que desce pelas chaminés das casas e deixa presentes na noite de Natal dentro dos sapatinhos das criancinhas que se portaram bem durante o ano, então volta a ler o que escrevi no primeiro parágrafo deste artigo.)

Nestas alturas seria melhor olhar um pouco mais para oriente e tentar procurar um pouco mais do que inegavelmente são as bases da nossa sociedade…

Tenho uma filha com quase três anos, e fiquei muito triste ao saber que o infantário onde ela frequenta iria organizar a “ida à estação de correios local para entregar as cartas com os pedidos de prendas das meninas e dos meninos ao ”pai natal“… E o mais curioso, é que a instituição diz-se de inspiração católica (sendo que pertence à casa da misericórdia local, ainda por cima…)

O que se passa connosco? Porque descemos assim tanto?

Mas existe alguma forma de aceitar o que andamos a fazer com os nossos filhos, que são as pessoas de quem mais gostamos e que, teoricamente, deveriam ser os seres que mais verdade deveriam receber da nossa parte?

Ao falar com a educadora da sala da minha filhota, ainda fiquei mais perplexo, pois vejo que infelizmente, a história do ”pai natal” é transmitida como um dado adquirido de que há um “senhor velhinho muito gordinho que distribui presentes às criancinhas carenciadas” (provavelmente uma adaptação do venerado são Nocolau venerado em tempos idos pelos católicos) – mas parece que alguém se esquece de explicar onde encaixa a treta das renas voadoras…?

E para me tentarem fazer ver que é bom criar ilusões descabidas no imaginário das crianças, fazendo-lhes crer que essas mentiras são verdades, ainda tentam vir com histórias de que alguns dos modernos estudiosos da psicologia defendem este tipo de mentira para criar um imaginário saudável às crianças…. A esses supostos psicólogos, eu gostaria de os mandar ir a um certo sítio…

Então mas eu por acaso iria alguma vez aceitar que a minha filha embarcasse nessa tremenda mentira que é utilizar o edifício e as pessoas da estação de correios local (portanto uma coisa VERDADEIRA) para incutir uma MENTIRA no seu imaginário só porque os educadores da actualidade são incapazes de pensar um pouco pelas suas cabeças e usar a palavra “LENDA” para colocar a história do ”pai natal’ no lugar onde definitivamente deveria estar?

E sabem do mais curioso? Na época do Natal, bem ou mal, celebra-se o nascimento de Cristo (a meu ver, na data e com o propósito errados – mas infelizmente, é o que conseguimos obter desta sociedade) mas se eu tentar chegar perto das pessoas responsáveis nos infantários e lhes pedir para explicarem a história do nascimento de Cristo, ou para que passem um filme alusivo ao tema, então, aí, as conversas começam a ser mais breves, o assunto torna-se mais ‘pesado’, os semblantes fecham-se e a história começa a ser outra…

Pois, a conclusão a que chego é que os adultos que (infelizmente) se vêm obrigados a embarcar nestas tristes histórias, eles próprios são na verdade os que necessitam de um pouco de imaginário nas suas vidas, de forma a tentarem compensar as suas rotinas mais ou menos insatisfatórias…

Combater a verdade com a mentira nunca pode dar bom resultado. Esta pode ser uma batalha mais ou menos solitária, mas para mim, prefiro munir-me da verdade para com os que amo (ou melhor, para TODOS independentemente de gostar ou não deles) do que andar atrás de “filmes”…

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No dia em que todo o mundo anda às aranhas com outra treta, convencidos de que o calendário que o imperador Júlio César mandou criar em 48 a.C., que foi depois alterado pelo papa Gregório em 1582, poderia prever o fim do mundo, eu digo: Tudo tem um limite e para a mentira o limite tem que ter rédea ainda mais curta!

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Obrigado.

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